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Gabriela Carvalho fala sobre o Slow Food em entrevista; confira!

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Nossa chef Gabriela Carvalho foi destaque na revista TOP VIEW deste mês, em uma matéria sobre o movimento Slow Food. Conheça mais e entre você também nesta proposta! Para conferir a revista completa, acesse a versão online neste link.

Desacelerar é preciso

Esta é a ordem do Movimento Slow, um conceito que pretende mudar a forma como as pessoas comem, consomem e viajam

por Raquel Marçal

O italiano Carlo Petrini, jornalista especializado em gastronomia, virou notícia no começo dos anos 1980 por sua participação bem-humorada em um protesto contra a chegada do McDonald’s a Roma – Petrini distribuiu pratos de pene em frente da futura loja. Em 1989, porém, ele resolveu mudar de tática: criou um movimento para defender não só refeições mais longas, mas também uma comida saudável, preparada com ingredientes da estação, frescos e produzidos por agricultores familiares locais de forma sustentável. Estava criado o slow food. Quase 30 anos depois, Petrini comanda uma organização internacional com mais de 100 mil membros oficiais em 158 países. “Temos que nos cercar de fortalezas do slow food, de lugares que promovam esse conceito”, disse Petrini à TOP VIEW, durante a inauguração, no início de maio, do complexo gastronômico Eataly em São Paulo. “A falta de tempo é uma mentira. Tempo se encontra sempre”, rebate ele para os que acham utopia ter uma refeição pausada e equilibrada em meio à correria das grandes cidades.

A verdade é que, hoje, a influência desse pensamento extrapola a mesa. “O Movimento Slow surgiu como uma resposta à aceleração brutal que o mundo vive e está se tornando um conceito relevante em vários setores”, avalia Andrea Greca Krueger, da Berlin, empresa de Curitiba especializada em pesquisa de mercado e análise de tendências. De fato, além da pioneira gastronomia, a moda, o design e até o turismo estão pisando no freio. Veja alguns exemplos a seguir.

ISTO QUE É COMIDA BOA

Em Curitiba, os princípios do slow food são a essência do trabalho de chefs como Manu Buffara, do Manu, Ivan Lopes, ex-chef do Mukeka, Vânia Krekniski, do Limoeiro, e Gabriela Carvalho, do Quintana. Gabriela, aliás, pensa tanto no cardápio quanto no destino do lixo produzido em seu restaurante. “O slow food tem a ver com a questão da pressa, mas vai muito além. Não adianta nada comer mais devagar e não se preocupar com o que está comendo, de onde vem o ingrediente, em que condições ele é produzido e, principalmente, para onde vão os restos de tudo”, diz. A chef orgulha-se de ter reduzido, em três anos, em 70% os resíduos não recicláveis do Quintana, façanha conquistada por práticas como o aproveitamento total de alimentos: em sua cozinha, cascas de laranja viram compotas e caules de espinafre vão parar no vinagrete.

“Aqui no Paraná o movimento está ganhando corpo”, diz Renato Bedore, líder do convivium Coré Etuba, grupo que atua como divulgador dos princípios do slow food no Estado. Promovem, por exemplo, eventos como o Disco Xepa, no qual são preparados e servidos pratos feitos com a xepa, ou seja, alimentos que seriam descartados. Qualquer pessoa interessada pode participar do grupo. Basta se associar ao movimento no site oficial do Slow Food Brasil (www.slowfoodbrasil.com) e frequentar as reuniões que acontecem de 15 em 15 dias, às sextas-feiras. Em tempo: Coré Etuba significa “terra de muito pinhão” na língua tupi-guarani e deu origem ao nome de Curitiba.

 

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